Doença hepática crônica rara, que acomete predominantemente mulheres, a hepatite autoimune (HAI) caracteriza-se por elevação dos níveis séricos de transaminases.
Fragmento do fígado de um paciente com hepatiteautoimune evidencia inflamação e fibrose.
Doença hepática crônica rara, que acomete predominantemente mulheres, a hepatite autoimune (HAI) caracteriza-se por elevação dos níveis séricos de transaminases, hipergamaglobulinemia, hepatite de interface à análise histológica e presença de autoanticorpos, os quais são essenciais tanto para estabelecer o diagnóstico e classificar a doença em subtipos quanto para definir o prognóstico.
No Fleury, é possível fazer a pesquisa dos principais marcadores imunológicos associados à condição, incluindo o anticorpo contra o antígeno solúvel do fígado ou fígado/pâncreas (anti-SLA/LP), recém-introduzido na rotina do laboratório. Com especificidade em torno de 99% para a HAI, o anti-SLA/LP ocorre em cerca de 30% dos pacientes com a hepatopatia, frequentemente em associação com os anticorpos antimúsculo liso, embora, em alguns casos, possa ser o único biomarcador da doença. Quando presente, ainda indica evolução mais agressiva e maior chance de recidiva após a suspensão do tratamento.
O diagnóstico precoce da HAI é fundamental porque essa afecção causa danos de graus variáveis ao fígado, com destaque para a cirrose hepática, sobretudo quando a doença não recebe tratamento adequado. Vale lembrar que, apesar de o quadro clínico e os testes laboratoriais fazerem parte dos critérios para o diagnóstico da HAI, a exclusão de outras causas de hepatite e a análise histológica são imprescindíveis para confirmar tal hipótese.
Autoanticorpos encontrados na hepatite autoimune | |
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Fator antinúcleo (FAN) | Está presente em 67% dos pacientes com HAI, de forma isolada (13%) ou combinada ao AML (54%). Reage contra diferentes antígenos nucleares, sem padrão específico. Aparece em altos títulos, mas sem correlação com a fase ou com o grau da atividade inflamatória do fígado, tampouco com o prognóstico da doença |
Anticorpo antimúsculo liso (AML) | Até 87% dos pacientes com HAI possuem esse marcador, geralmente em associação com o FAN. Caracteriza a HAI tipo 1 e pode desaparecer com o tratamento |
Anticorpo contra a fração microssomal de fígado e rim (anti-LKM1) | Voltado contra o citocromo P450IID6, é tipicamente detectado na ausência do FAN e do AML, definindo a HAI tipo 2, de evolução mais agressiva. Dez por cento dos portadores de hepatite C crônica têm esse autoanticorpo, embora em níveis menos expressivos |
Anticorpo contra o antígeno solúvel do fígado ou fígado/pâncreas (anti-SLA/LP) | Dirigido contra um antígeno solúvel de fígado e pâncreas, apresenta grande especificidade para a HAI (tipo 1 e tipo 2), sendo observado em cerca de 30% dos portadores da doença. Está relacionado a pior prognóstico e a maior chance de recidiva pós-tratamento |
Anticorpo anti-LC1 | Volta-se contra o citosol hepático e ocorre mais frequentemente em jovens, notadamente em pacientes LKM-positivos. Cerca de 30% dos casos de HAI tipo 2 caracterizam-se pela presença desse marcador |
Assessoria Médica |
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Dr. Alexandre Wagner Silva de Souza [email protected] Dr. Luis Eduardo Coelho de Andrade [email protected] |
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