A força que vem do sol | Revista Fleury Ed. 31

Ela é responsável pela saúde dos ossos e músculos – sem ela, não conseguiríamos nem ficar em pé, nossos ossos e dentes seriam frágeis e não teríamos força muscular adequada.

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Ilustração Unitri

Ela é responsável pela saúde dos ossos e músculos – sem ela, não conseguiríamos nem ficar em pé, nossos ossos e dentes seriam frágeis e não teríamos força muscular adequada. Ela também é importante para a imunidade e pode ser um fator de proteção para alguns tipos de câncer. A responsável por essas ações é a vitamina D, cuja função é aumentar a absorção de cálcio e fósforo no corpo. Diferente de outras vitaminas, a D é a única que pode ser produzida pelo organismo. Embora esteja presente em alguns alimentos, sua origem principal vem de um hábito simples: tomar sol. “A vitamina D funciona como um hormônio pelo fato de ser produzida num local do corpo e agir à distância em outros órgãos”, compara Patricia Dreyer, endocrinologista do Fleury Medicina e Saúde.

SEM FILTRO

Para produzir vitamina D, o ideal é tomar sol sem filtro solar com o máximo de partes do corpo expostas por pelo menos 20 minutos ao dia. O sol do início da manhã e do final da tarde produzem menos vitamina D que o horário de pico, entre 12 e 14 horas. Porém, esse é justamente o horário proibido pelos dermatologistas pelo maior risco de câncer de pele. Se o uso de protetor solar, por um lado, é fundamental para a saúde da pele, por outro, é uma barreira que impede a ação dos raios UVB. Segundo Patricia, o bom-senso deve prevalecer: o excesso de sol é ruim, mas em quantidade moderada pode ser saudável.

Máx. 1h | Mín. 20 min.

O sol é responsável por até 90% da vitamina D que o corpo recebe

SOL, LUZ, AÇÃO!

Durante a exposição solar, os raios UVB penetram na epiderme, a camada mais superficial da pele, e produzem uma reação fotoquímica cujo resultado é a produção de vitamina D. Ela cai na circulação sanguínea e passa por uma ativação no fígado e, posteriormente, no rim. É somente após passar por essas etapas que ela executa suas ações: aumentar a absorção de cálcio e fósforo no intestino e estimular a mineralização dos ossos e a função muscular.

ALÉM DO SOL

Alguns alimentos são ricos em vitamina D, como os peixes gordurosos, os cogumelos secos e o óleo de fígado de bacalhau. Mas seria preciso consumir uma quantidade grande para suprir a necessidade do organismo. Já o sol é responsável por até 90% da vitamina que o corpo recebe. “O salmão, por exemplo, é rico em vitamina D, mas não as espécies criadas em cativeiro, que possuem uma quantidade bem menor da vitamina”, diz Patrícia.

VIDA MODERNA

A chance de deficiência de vitamina D aumenta com o estilo de vida moderno, especialmente nos grandes centros, onde as pessoas ficam o dia todo em locais fechados, sem contato com o sol. Mesmo quem mora em regiões ensolaradas, como cidades litorâneas, pode ter deficiência da vitamina pelo simples fato de trabalhar o dia inteiro em ambientes fechados e não ter praticamente contato com o sol.    

CUIDADO: FRÁGIL

Em adultos, a carência da vitamina D não provoca sintomas, mas leva à perda óssea, que pode ser silenciosa e se manifestar apenas em pessoas com mais idade, na forma de fratura, por aumentar o risco de osteoporose. Pode, ainda, reduzir a força muscular e aumentar o risco de quedas, especialmente em idosos. Em crianças, a deficiência severa da vitamina pode levar à alteração do crescimento e da mineralização óssea (raquitismo). Vale lembrar que a única forma de saber se existe deficiência de vitamina D é dosar sua quantidade no organismo por meio de exame de sangue.

EM PÍLULAS

Faz tempo que não vê o sol? Não se desespere. De acordo com Patricia, a suplementação substitui a necessidade de sol obrigatória em pessoas com deficiência de vitamina D. Outra solução é enriquecer alimentos com a vitamina. “Países como a Holanda, por exemplo, adicionam vitamina D a alimentos como o leite para evitar a deficiência numa população que tem poucos meses de sol ao longo do ano.”

Confira um vídeo exclusivo sobre o assunto com a endocrinologista Patricia Dreyer: