Doença Celíaca: sintomas, diagnóstico e tratamento

A doença celíaca (DC) é uma condição autoimune caracterizada por um perfil sorológico e histológico específico, desencadeada pela ingestão de glúten em pessoas geneticamente predispostas.

A doença celíaca (DC) é uma condição autoimune caracterizada por um perfil sorológico e histológico específico, desencadeada pela ingestão de glúten em pessoas geneticamente predispostas. 

Glúten é o termo geral para proteínas presentes em cereais, incluindo trigo, centeio, cevada.

A DC é uma das doenças autoimunes mais comuns, com uma prevalência relatada de 0,5% a 1% da população geral e muitos casos não são detectados devido a sintomas heterogêneos e/ou pouca consciência da doença.

A Doença celíaca tem um forte componente hereditário, conforme evidenciado por sua alta recorrência familiar (10% a 15%).

A doença celíaca é diagnosticada com mais frequência em mulheres (a proporção mulher/homem varia de 1:3 a 1,5:1) e pode ocorrer em qualquer idade, desde a primeira infância até a terceira idade, com dois picos de início – um logo nos primeiros 2 anos de vida e outro na segunda ou terceira décadas de vida.


Sintomas e diagnóstico da doença

Os sintomas da doença celíaca variam amplamente entre as pessoas, o que pode dificultar o seu reconhecimento. 

Algumas pessoas não percebem nenhum sintoma, enquanto outras apresentam distensão abdominal e outros sintomas gastrointestinais como diarreia. 

Deficiências nutricionais como anemia e osteoporose podem surgir mais tarde.

As pessoas com doença celíaca podem apresentar:

  • sintomas gastrointestinais: dor de estômago, sensação de estômago cheio, diarreia e presença de fezes gordurosas.
  • sintomas decorrentes da anemia por deficiência de ferro: fraqueza e fadiga, pele pálida, mãos frias.
  • sintomas decorrentes da má absorção de alimentos: perda de peso não intencional, atraso no crescimento  das crianças, perda muscular ou baixo tônus muscular, defeitos do esmalte dentário (dentes com corrosão, manchas ou aparência translúcida), dificuldade para engravidar, osteoporose precoce..
  • dermatite herpetiforme: 15% das pessoas com doença celíaca desenvolvem a dermatite herpetiforme, que se manifesta como uma erupção cutânea com coceira, localizada mais comumente nos cotovelos, joelhos, nádegas ou couro cabeludo. A dermatite herpetiforme também é uma condição ligada ao glúten e pode estar presente sem que o paciente seja celíaco.

É importante lembrar que a doença celíaca pode ser confundida com a sensibilidade não celíaca ao glúten (quando a pessoa apresenta sintomas semelhantes aos da doença celíaca, mas não tem de fato essa doença) e com a alergia ao trigo.

O diagnóstico da DC se baseia na positividade de testes sorológicos (anticorpos anti transglutaminase, anti endomísio) e na dependência desses resultados pode ser necessária biópsia intestinal como complemento fundamental para estabelecer um diagnóstico correto.

Exames complementares podem ser solicitados, para verificar anemia e deficiência de vitamina D, além eletrólitos, como cálcio.


Tratamento da doença celíaca

O primeiro e mais importante passo no tratamento da doença celíaca é retirar totalmente o glúten da dieta, importante lembrar que pode ser um ingrediente oculto em muitos alimentos, motivo pelo qual é extremamente importante ler os rótulos dos produtos alimentares. 

O glúten também pode ser encontrado em produtos não alimentares, como batom, suplementos nutricionais ou à base de ervas, vitaminas, entre outros.

O tratamento adicional pode incluir suplementos nutricionais para substituir quaisquer deficiências graves e medicamentos específicos para tratar a dermatite herpetiforme. 

O acompanhamento multidisciplinar se faz necessário, com gastroenterologistas, nutricionistas e outros especialistas conforme necessário, como psicólogos para lidar com o impacto emocional da doença.

Diante da suspeita de doença celíaca, procure o gastroenterologista. Para mais informações sobre diagnóstico e exames, acesse o site Fleury Medicina e Saúde e encontre o laboratório mais próximo de você.

Fonte:

  • BMC Medicine (2019) 17:142.
  • United European Gastroenterology Journal 2019, Vol. 7(5) 583–613