A tensão pré-menstrual perturba a vida de milhares de mulheres, e – pelo convívio – dos homens também. Especialistas explicam o que acontece no corpo feminino e dão dicas para driblar a síndrome.
A TPM (tensão pré-menstrual) geralmente é caracterizada por alterações do humor, aumento da sensibilidade e, às vezes, da agressividade. Além disso, costumam ocorrer alguns sintomas físicos como dor de cabeça intensa, aumento doloroso da mama, sensação de corpo inchado, insônia, entre outros. Por isso, é importante entender o que é essa síndrome, como ela funciona e tentar driblar seus efeitos com algumas mudanças na rotina.
"Tente Perturbar Menos”. Essa piadinha é apenas um dos trocadilhos feitos com a sigla TPM (tensão pré-menstrual).
O que a inspirou foi o reconhecimento de que não somente as mulheres sofrem com a TPM, mas todas as pessoas que as cercam, sejam maridos, filhos ou colegas de trabalho.
Muitos fatores estão envolvidos na origem da TPM. O aspecto fundamental é a sensibilidade da mulher às flutuações da produção dos hormônios sexuais que ocorrem durante seu ciclo menstrual. Dentre eles, ressaltam-se o estrógeno e a progesterona, que podem afetar os neurotransmissores ligados ao bem-estar, como a serotonina, e também as substâncias naturais ligadas à sensação de prazer, como as endorfinas.
Cada organismo é único, e as mulheres podem ter graus diferentes de TPM. e pode ser que ela não aconteça todos os meses e nem por toda a vida reprodutiva
É especialmente na semana que precede a menstruação que ocorrem essas oscilações. “Diversos hormônios que estavam muito elevados caem, outros se elevam e, com isso, você tem, no sistema nervoso central de muitas mulheres, respostas variáveis a essas flutuações hormonais, o que caracteriza a TPM”, explica o endocrinologista José Gilberto Vieira, assessor médico de Endocrinologia do Fleury.
Segundo ele, a interferência dessas variações hormonais no organismo é diferente para cada mulher. Além disso, a TPM não acontece necessariamente todos os meses, nem para o resto da vida reprodutiva. “A síndrome não ocorre em todos os ciclos, nem em todas as mulheres e a gravidade é extremamente variável”, afirma.
A ausência de ovulação ou uma irregularidade no ciclo menstrual também podem agravar a TPM. “Em vez de a ovulação ocorrer até o décimo quarto dia do ciclo, a mulher pode ovular mais cedo ou mais tarde. Quanto maior for o ciclo, maiores serão os efeitos da TPM”, destaca o ginecologista David Pares, assessor médico de Medicina Fetal do Fleury.
De acordo com ele, a progesterona – hormônio produzido logo após a ovulação – provoca uma retenção de líquidos que, às vezes, resulta num inchaço generalizado. Além disso, a ação do hormônio também pode ativar regiões cerebrais responsáveis por náuseas. “Quando chegam ao consultório, as principais queixas dessas pacientes estão relacionadas à dor de cabeça intensa e à irritabilidade. Algumas mulheres ficam muito sensíveis, choronas e agressivas”, diz.
O ginecologista explica ainda que essas alterações fisiológicas sofrem interferências externas que modulam a intensidade dos sintomas. “Tudo depende do meio ambiente. O hipotálamo, região central do cérebro, capta e sofre influência dos estímulos do exterior e isto se reflete no organismo da mulher. O estresse, por exemplo, é um desses estímulos e potencializa essa resposta prejudicial”, afirma.
Segundo Manoel Girão, ginecologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a intensidade dos sintomas pode variar ao longo dos meses, pois as mulheres nem sempre estão expostas aos mesmos estímulos ambientais. “Curioso mencionar que uma parcela expressiva das pacientes relata melhora significativa ou completa dos sintomas nos meses de férias, com retorno da manifestação da TPM ao voltarem para as suas atividades rotineiras”, conta Girão.
Estudos mostram que até 70% das mulheres que menstruam sofrem com os sintomas da tensão pré-menstrual. Entre 5% e 10% apresentam sintomas severos de tpm
Sob controle
De acordo com o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, aproximadamente 70% das mulheres que menstruam relatam alguns dos sintomas da TPM. Na maioria dos casos, eles são de intensidade moderada. Mas entre 5% a 10% têm sintomas mais severos da síndrome da tensão pré-menstrual.
A melhor maneira de lidar com eles é compreendê-los e, se possível, diminuir as fontes de estresse do cotidiano. No topo da lista estão a atividade física regular, uma alimentação adequada e as atividades prazerosas.
Grande parte das mulheres que sofrem de TPM relata uma grande vontade de consumir chocolates e doces, nos dias que antecedem a menstruação. O que justifica esse fato é que, nessa fase, a mulher fica mais instável emocionalmente por causa da diminuição de serotonina, que é o neurotransmissor responsável pelo bem-estar e a tranqüilidade. Por isso, ela recorre mais freqüentemente aos doces, que propiciam uma sensação de saciedade e calma.
No entanto, a cafeína e o açúcar do chocolate podem aumentar a irritação e a retenção hídrica. Renata Damião, coordenadora de Nutrição do Programa de Promoção de Saúde do Fleury, preparou uma série de dicas que podem ajudar na batalha mensal contra a TPM:
Para controlar a vontade de comer doces, não fique muito tempo com o estômago vazio. Tente fazer pequenas refeições a cada três horas;
Substitua os carboidratos simples (açúcar refinado e doces) pelos carboidratos complexos, contidos nos pães integrais e nas massas, que ajudam a manter o nível de glicose no sangue, aumentam a produção de energia e combatem a fadiga e o mal-estar;
Troque doces com muito açúcar e gordura por alimentos saudáveis com sabor doce, como frutas secas, barras de cereais, bolachas integrais e cereais matinais.
Confira abaixo os horários de funcionamento e coleta das unidades durante o final do ano.
Publicação analisa o comportamento dos vírus respiratórios em crianças de 0 a 12 anos.
Estão abertas as inscrições para os Programas de Fellow em Diagnóstico por Imagem do Grupo Fleury.
Boletim traz o comportamento dos vírus respiratórios na população acima de 13 anos.