Experiência Oncotype DX®

Uso de marcadores moleculares, como o Oncotype DX®, está ganhando cada vez mais importância

A cada edição, especialistas referência compartilham suas experiências em casos clínicos nos quais o teste os auxiliou na escolha do melhor tratamento

A evolução do tratamento do câncer de mama nas últimas décadas confere às mulheres, além do aumento da sobrevida, a individualização do tratamento oncológico.

Nesse cenário, o uso de marcadores moleculares, como o Oncotype DX®, está ganhando cada vez mais importância, na medida em que tal estratégia associa informações biológicas adicionais, possibilitando uma seleção mais criteriosa e individualizada da terapêutica, com impacto direto para o paciente.

Nesse artigo, apresentamos o caso clínico de uma paciente do sexo feminino, de 63 anos, pós-menopausa, hipertensa controlada, diagnosticada com carcinoma invasivo de tipo histológico não especial (ductal invasivo), unifocal, tamanho: 1,3 cm, grau histológico II, sem infiltração angiovascular e perineural. A imuno-histoquímica apresentava forte expressão de receptor de estrógeno 95% (positivo) e receptor de progesterona 80% (positivo), HER2 1+ (negativo), Ki-67 40%. Axila clinicamente negativa. Exames de estadiamento com tomografia de tórax, abdome, pelve e cintilografia óssea demostraram, de fato, uma doença inicial.

Diante desse cenário, a paciente foi tratada cirurgicamente através de setorectomia associada à biopsia de linfonodo sentinela (3 linfonodos ressecados e negativos), experiência procedimento que resultou em um estadiamento patológico pT1cpN0M0.

A classificação de risco clínico nesse caso, baseada nos dados do estudo Mindact e do algoritmo Predict Breast, é de baixo risco (benefício de quimioterapia estimado em 1,9% na redução absoluta da mortalidade em 10 anos). Apesar dessa informação, os principais guidelines em oncologia mamária como o National Comprehensive Cancer Network (NCCN) endossam a realização do teste Oncotype DX Breast Recurrence Score®, somado ao desejo da paciente em questão em confi rmar o seu risco por meio desse teste.

O resultado do exame evidenciou um recurrence score (RS) de 18. Dessa forma, com a concordância do risco clínico e genômico baixo, e diante dos resultados dos principais estudos clínicos que sugerem que paciente pós-menopausada com um resultado RS < 26 não apresenta benefício com a adição da quimioterapia, a melhor indicação de tratamento adjuvante para esse caso é endocrinoterapia. Portanto, foi iniciado inibidor da aromatase (exemestano) e radioterapia adjuvante.

A paciente segue sendo acompanhada sem toxicidade e com excelente qualidade de vida. Em conclusão, o Oncotype DX® foi fundamental na conduta clínica do caso, poupando a paciente, com segurança, dos tratamentos com quimioterapia e dos efeitos colaterais associados.

Colabração:

Dra. Tathiane Da Silva Oliveira é oncologista clínica do Núcleo de Oncologia de Sergipe (Oncoclínicas) e oncologista e preceptora do Hospital Universitário de Sergipe/UFS.