Chega ao Fleury a vacina contra o vírus sincicial respiratório para adultos com mais de 60 anos

O VSR é um importante agente etiológico das infecções respiratórias

Denominada Arexvy® e produzida pela GSK, a vacina recombinante inativada contra o vírus sincicial respiratório (VSR) foi introduzida no Fleury desde abril de 2024. Contém, em sua composição, a glicoproteína F do VSR – uma proteína altamente conservada entre isolados dos subtipos A e B do patógeno – na conformação pré-fusão e o sistema adjuvante AS01, que potencializa a resposta imunológica ao produto.

De acordo com o estudo pivotal de fase III, randomizado, controlado por placebo e multinacional, que contou com 24.960 participantes, o imunizante demonstrou
eficácia de 82,5% na prevenção de doença do trato respiratório inferior pelo VSR.

A vacina está indicada para adultos a partir dos 60 anos de idade, sendo ainda mais relevante para indivíduos desse grupo etário com condições clínicas que aumentam o risco de desfechos desfavoráveis e complicações associadas à infecção pelo VSR. Dentre essas comorbidades, destacam-se doença cardiopulmonar crônica – particularmente asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca congestiva –, situações
de imunocomprometimento, diabetes mellitus, nefropatia e hepatopatia crônica. Adultos que vivem em lares de idosos ou instalações de cuidados de longa permanência
também têm indicação de se imunizar.

O produto deve ser aplicado por via intramuscular em dose única e em qualquer período do ano, independentemente da sazonalidade do vírus. Os eventos adversos mais comumente descritos são brandos e autolimitados, assemelhando-se aos da maioria dos imunizantes inativados, e consistem em dor, eritema ou edema no local da injeção, cefaleia, fadiga, mialgia, artralgia e febre.


Por que vacinar adultos 60+ contra o VSR?

O VSR é um importante agente etiológico das infecções respiratórias, com comportamento sazonal e distribuição bifásica em relação às faixas etárias mais afetadas, atingindo mais frequentemente crianças com menos de 2 anos de idade e a população idosa. Os dois subtipos do vírus têm importância no nosso meio e tendem a circular de modo alternado.

A infecção natural pelo VSR não resulta em imunidade persistente, permitindo quadros sintomáticos recorrentes ao longo da vida. Além disso, a imunossenescência aumenta o risco de complicações graves associadas ao agente, como pneumonia bacteriana e descompensação de condições clínicas de base, sobretudo na presença de determinadas
comorbidades.

Nos Estados Unidos, estima-se que ocorram entre 60 mil e 160 mil hospitalizações e entre 6 mil a 10 mil óbitos anualmente devido à infecção pelo VSR em idosos. No Brasil, com
base nos dados inseridos no Sivep-Gripe (InfoGripe até a semana 22, de 3/6/24), a mortalidade por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associada ao VSR em adultos acima de 60 anos alcançou o segundo lugar, atrás apenas dos lactentes.

Se até recentemente as medidas de prevenção para a população idosa se limitavam a estratégias para evitar a exposição ao VSR, esses indivíduos agora podem se beneficiar da
imunização ativa específica contra o vírus.


Referências
https://www.cdc.gov/rsv/high-risk/older-adults.html
JAMA. 2023 Sep 26;330(12):1200. doi: 10.1001/jama.2023.16932.
InfoGripe. Disponível em http://infogripe.fiocruz.br


CONSULTORIA MÉDICA
Dr. Daniel Jarovsky
[email protected]