Como funciona a ressonância magnética na avaliação da perfusão cardíaca | Revista Médica Ed. 6 - 2014

Saiba como o exame de ressonância magnética cardíaca vem se tornado uma melhor opção para pesquisar defeitos e aspectos anatômicos e funcionais do coração.

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A angiografia quantitativa permanece como o padrão-ouro para o diagnóstico anatômico de doença arterial coronariana (DAC), mas, entre os exames para a investigação da presença e do grau dos defeitos de perfusão miocárdica, a ressonância magnética cardíaca (RMC) vem sendo empregada há cerca de 20 anos, com crescente sucesso para a avaliação funcional de estenoses coronarianas. O exame de ressonância magnética cardíaca tornou-se mais robusto e confiável devido aos avanços nos equipamentos, que hoje permitem a obtenção cada vez mais rápida de imagens de melhor qualidade e maior acurácia diagnóstica, com riscos extremamente baixos para o paciente, dada a natureza não invasiva da RMC e à ausência de uso de radiação ionizante.


Há também a vantagem adicional da ressonância magnética cardíaca ser uma das melhores formas clínicas de pesquisar defeitos na microcirculação coronariana e possibilitar a análise concomitante de outros aspectos anatômicos e funcionais do coração, como a identificação de focos de fibrose/necrose (realce tardio) e a avaliação do pericárdio e demais estruturas vasculares do mediastino.


O protocolo do estudo de isquemia miocárdica pela RMC inclui aquisições em repouso e sob estresse, visando a avaliar a extensão e a intensidade da resposta hiperêmica da circulação coronariana. Até o momento, o exame de ressonância magnética cardíaca utiliza agentes estressores farmacológicos divididos em duas classes: vasodilatadores coronarianos primários (adenosina ou dipiridamol), aos quais o Fleury dá preferência, por seu efeito rápido, seguro e eficaz, e agentes cronotrópicos inotrópicos (dobutamina). 


Nas imagens de ressonância magnética cardíaca, a disfunção da circulação coronariana manifesta-se por zona de hipocontrastação subendocárdica, que surge ou se intensifica durante a perfusão sob estresse, não pode ser identificada ou se mostra menos intensa durante a perfusão em repouso e não guarda relação com tecido fibrótico no realce tardio. Devido à sua alta resolução espacial, consegue identificar até discretas alterações perfusionais restritas ao subendocárdio, bem como o surgimento de alteração contrátil regional ao longo do estresse no mesmo estudo. 

 

 

Perfusão sob estresse: hipocontrastação subendocárdica na parede lateral.

ARQUIVO FLEURY

 

 

Perfusão em repouso: ausência de hipocontrastação miocárdica, indicando disfunção perfusional transitória, aparente apenas sob estresse.

ARQUIVO FLEURY


 

Ausência de realce tardio e, portanto, de fibrose na região de disfunção perfusional, confirmando tecido viável hipoperfundido.

ARQUIVO FLEURY


Principais indicações da RMC

  • Determinar a gravidade funcional nos pacientes com DAC de grandes vasos
  • Identificar indivíduos com doença isquêmica do coração sem capacidade de se exercitar
  • Estratificar o risco em pacientes sintomáticos sem ou com muito pouca DAC de grandes vasos (diagnóstico de síndrome X)
  • Identificar pessoas que possam se beneficiar de revascularização miocárdica;
  • Avaliar pós-revascularização miocárdica
  • Avaliar isquemia em pacientes com doença congênita corrigida
  • Acompanhar portadores de doença de Kawasaki


Assessoria Médica
Dr. Andrei Skromov de Albuquerque
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Dr. Cecil Wall B. de Carvalho
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Dr. Gilberto Szarf
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Dr. Ibraim Masciarelli Francisco Pinto
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