Saiba como o exame de ressonância magnética cardíaca vem se tornado uma melhor opção para pesquisar defeitos e aspectos anatômicos e funcionais do coração.
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A angiografia quantitativa permanece como o padrão-ouro para o diagnóstico anatômico de doença arterial coronariana (DAC), mas, entre os exames para a investigação da presença e do grau dos defeitos de perfusão miocárdica, a ressonância magnética cardíaca (RMC) vem sendo empregada há cerca de 20 anos, com crescente sucesso para a avaliação funcional de estenoses coronarianas. O exame de ressonância magnética cardíaca tornou-se mais robusto e confiável devido aos avanços nos equipamentos, que hoje permitem a obtenção cada vez mais rápida de imagens de melhor qualidade e maior acurácia diagnóstica, com riscos extremamente baixos para o paciente, dada a natureza não invasiva da RMC e à ausência de uso de radiação ionizante.
Há também a vantagem adicional da ressonância magnética cardíaca ser uma das melhores formas clínicas de pesquisar defeitos na microcirculação coronariana e possibilitar a análise concomitante de outros aspectos anatômicos e funcionais do coração, como a identificação de focos de fibrose/necrose (realce tardio) e a avaliação do pericárdio e demais estruturas vasculares do mediastino.
O protocolo do estudo de isquemia miocárdica pela RMC inclui aquisições em repouso e sob estresse, visando a avaliar a extensão e a intensidade da resposta hiperêmica da circulação coronariana. Até o momento, o exame de ressonância magnética cardíaca utiliza agentes estressores farmacológicos divididos em duas classes: vasodilatadores coronarianos primários (adenosina ou dipiridamol), aos quais o Fleury dá preferência, por seu efeito rápido, seguro e eficaz, e agentes cronotrópicos inotrópicos (dobutamina).
Nas imagens de ressonância magnética cardíaca, a disfunção da circulação coronariana manifesta-se por zona de hipocontrastação subendocárdica, que surge ou se intensifica durante a perfusão sob estresse, não pode ser identificada ou se mostra menos intensa durante a perfusão em repouso e não guarda relação com tecido fibrótico no realce tardio. Devido à sua alta resolução espacial, consegue identificar até discretas alterações perfusionais restritas ao subendocárdio, bem como o surgimento de alteração contrátil regional ao longo do estresse no mesmo estudo.
Perfusão sob estresse: hipocontrastação subendocárdica na parede lateral.
ARQUIVO FLEURY
Perfusão em repouso: ausência de hipocontrastação miocárdica, indicando disfunção perfusional transitória, aparente apenas sob estresse.
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Ausência de realce tardio e, portanto, de fibrose na região de disfunção perfusional, confirmando tecido viável hipoperfundido.
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