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Painel molecular auxilia o diagnóstico etiológico das úlceras genitais

Comportamentos epidemiológicos das IST as têm colocado na posição de problema de saúde pública

Comportamentos epidemiológicos recentes de infecções sexualmente transmissíveis (IST) as têm colocado na posição de problema de saúde pública crescente em todo o mundo. A sífilis, por exemplo, após um período de declínio, voltou a apresentar aumento na incidência, apesar da implementação de estratégias de controle, sobretudo em países desenvolvidos e entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Segundo o boletim epidemiológico publicado em outubro de 2024, somente em 2023 foram notificados, no Brasil, 242.826 casos de sífilis adquirida, 86.111 novos casos de sífilis em gestantes e 25.002 casos de sífilis congênita.

As lesões genitais herpéticas, por sua vez, tradicionalmente eram ocasionadas pelo vírus HSV-2. No entanto, estudos recentes indicam um aumento na prevalência de HSV-1 como agente etiológico, possivelmente devido ao aumento de práticas sexuais orais.

Já o cancro causado pelo Haemophilus ducreyi, que figurava entre as primeiras hipóteses diagnósticas aventadas pelo médico diante de uma úlcera genital, diminuiu globalmente nas últimas décadas, enquanto o linfogranuloma venéreo (LGV), decorrente da Chlamydia trachomatis, tornou-se mais frequente em países europeus desde 2003, principalmente entre HSH.

Nesse cenário, determinar a causa específica de uma úlcera genital com base apenas na apresentação clínica é difícil, visto que diferentes agentes infecciosos provocam lesões de aspecto e evolução semelhantes.

O painel molecular para úlceras genitais, implementado há alguns meses na rotina do Fleury, possibilita a detecção simultânea de vários patógenos, o que aumenta a precisão do diagnóstico e permite um tratamento mais eficaz.


Agentes pesquisados pelo painel de úlceras genitais:
■ Treponema pallidum (sífilis)
■ Haemophilus ducreyi (cancroide)
■ Herpes simplex 1 e 2 (herpes)
■ Varicela-zóster (herpes-zóster)
■ Citomegalovírus
■ Chlamydia trachomatis (linfogranuloma)


A análise molecular pelo painel, considerada padrão-ouro pela sensibilidade e especificidade elevadas na detecção dos agentes causadores dessas IST, mostra-se superior a outros métodos de pesquisa direta e ainda pode ser utilizada para a elucidação de lesões mucocutâneas, presentes em sítios extragenitais, sobretudo em imunossuprimidos, que costumam apresentar lesões causadas pelos vírus da família Herpes, muitas vezes com morfologia atípica e/ou curso prolongado.

Vale lembrar que a infecção pelo vírus Monkeypox passou também a compor as hipóteses diagnósticas para lesões vesicobolhosas ou ulceradas em nosso meio, dado que, durante o surto iniciado em 2022, observou-se alta prevalência de lesões em região anogenital nos casos confirmados. Os exames por métodos moleculares em amostras colhidas dessas lesões configuram a primeira escolha para o diagnóstico etiológico.

O conteúdo das lesões vesicobolhosas é o mais rico em vírus, seguido pelo raspado de lesões nodulares/umbilicadas ou ulceradas e, por último, de lesões crostosas. Essa análise, contudo, não faz parte do painel molecular e precisa ser solicitada explicitamente diante de suspeita.


Consultoria médica 

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