Uma ainda pouco conhecida arbovirose vem seguindo a dengue perigosamente já há alguns anos: estamos falando da febre Oropouche, doença viral transmitida pelo Culicoides paraensis, um tipo de mosca chamado de maruim ou mosquito-pólvora. Com manifestações clínicas semelhantes às da dengue, a infecção pode evoluir para meningite e encefalite, causando desfechos fatais.
De acordo com o painel epidemiológico do Ministério da Saúde, que trouxe dados atualizados sobre a condição até 14 de janeiro de 2025, o Brasil contabilizou 13.801 casos confirmados de febre Oropouche em 2024 e notórios 893 somente em 2025, a maioria no Espírito Santo (882), Estado que também concentrou a maior parte dos casos ocorridos no ano passado (5.794), seguido pelo Amazonas (3.172), por Rondônia (1.667) e pela Bahia (903).
As semanas epidemiológicas que tiveram, em 2024, o maior número de exames detectáveis para o vírus Oropouche foram a 4 e a 5 (de 21/1 a 3/2) e da 47 a 52 (de 17/11 a 28/12), todas com mais de 500 testes positivos por semana. Os números de 2025 ainda se mantêm elevados – 449 e 444 nas semanas epidemiológicas 1 (de 29/12/2024 a 4/1/2025) e 2 (de 5 a 11/1), respectivamente. Até 14 de dezembro de 2024, houve o registro de quatro óbitos associados a essa arbovirose – dois na Bahia, um no Paraná e um no Espírito Santo. Outros quatro permanecem em investigação em Alagoas, Mato Grosso, Acre e Espírito Santo, segundo a última nota técnica do Ministério da Saúde.
Como se não bastasse, quatro casos de óbito fetal (três em Pernambuco e um no Ceará) e um de malformações (no Acre) igualmente foram imputados à infecção pelo Oropouche no ano passado, já que, de forma semelhante ao Zika, esse vírus parece ser transmitido por via vertical e ocasionar complicações para o feto. Outros 24 casos desse tipo seguem sendo investigados, com a maior parte deles tendo culminado em morte do feto.
Apesar de a região amazônica ser tida como endêmica para a doença, o fato é que o local provável de infecção dos casos notificados em 2024 agora se ampliou para praticamente todos os Estados da Federação, o que significa que o Oropouche pode estar se adaptando a vetores diferentes, devendo ser considerado no diagnóstico diferencial de arboviroses em qualquer parte do Brasil nestes meses quentes e chuvosos.
Teste molecular
Assim como as demais arboviroses, o diagnóstico precoce de Oropouche é crucial para avaliar o risco de complicações, que podem ser distintas, conforme a etiologia, e implementar medidas para evitar a disseminação da doença.
A PCR detecta o RNA do vírus até o quinto dia após o início dos sintomas. Depois do sétimo dia, recomenda- se a sorologia com pesquisa de anticorpos IgM e IgG. Vale ressaltar que o teste sorológico para febre Oropouche é específico e não costuma apresentar reatividade cruzada com outros arbovírus.
O Fleury realiza um painel amplo para arboviroses que investiga simultaneamente a presença de diferentes arbovírus (Oropouche, dengue, febre amarela, Chikungunya, Mayaro e Zika), ajudando a esclarecer o quadro em vista da semelhança dos sintomas. Com exceção do vírus da dengue, pesquisado por meio da detecção imunoenzimática de antígeno NS1, os demais são identificados por PCR em tempo real, o que aumenta drasticamente a especificidade do teste para cada um dos agentes.
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