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Investigação por imagem da endometriose: benefícios da interpretação conjunta entre ultrassonografia e ressonância magnética

Realização de ambos os exames na mesma ocasião fornece informações mais assertivas ao médico.

Realização de ambos os exames na mesma ocasião aumenta a comodidade para a paciente, além de fornecer informações mais assertivas ao médico. 

O caso: 

Paciente do sexo feminino, 34 anos, procurou a ginecologista com histórico de dismenorreia desde a adolescência e dispareunia de profundidade, com melhora quase completa das queixas com o uso de anticoncepcional combinado contínuo (Gestinol®). Referia, ainda, episódios de disúria no período menstrual, porém igualmente com melhora na vigência do anticoncepcional. Relatou que tinha parado o contraceptivo havia dois anos pelo desejo gestacional, mas que não conseguira engravidar. Ao exame ginecológico, apresentava nodulação dolorosa retrocervical.

Diante da história clínica e do exame físico fortemente sugestivos de endometriose, a ginecologista solicitou uma ultrassonografia (USG) com preparo intestinal para a pesquisa da condição e uma ressonância magnética (RM) para serem realizadas na mesma data (figuras 1 e 2). O diagnóstico foi confirmado e a paciente, submetida à ressecção das lesões de endometriose por videolaparoscopia e à inserção do DIU hormonal de levonorgestrel (Mirena®), já que havia adiado as tentativas de gestação. Após cinco meses da cirurgia, retornou ao consultório relatando dispareunia e crises álgicas que a levaram a procurar o pronto atendimento para analgesia endovenosa. Mais uma vez a ginecologista solicitou USG com preparo intestinal e RM (figuras 3 e 4).

Discussão:

A endometriose é uma condição inflamatória crônica, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endometrial fora do útero, que afeta cerca de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Sua apresentação clínica varia, incluindo dor pélvica crônica, dismenorreia, dispareunia, disúria, disquesia e infertilidade. A gravidade dos sintomas não necessariamente correlaciona-se com a extensão da doença.

Diagnóstico por imagem:

O diagnóstico por imagem é uma ferramenta crucial na avaliação da endometriose. A USG
transvaginal configura o método de primeira linha devido à sua acessibilidade e a seu custo-benefício. A RM pode ser complementar, uma vez que oferece uma visão abrangente da pelve e auxilia o planejamento pré-operatório. É possível que ambos os métodos sejam realizados na mesma data, possibilitando interpretação única e elaboração de um relatório integrado, o qual proporciona mais comodidade à paciente (execução do exame no mesmo tempo e local com preparo intestinal único) e maior assertividade ao médico prescritor, notadamente nos casos complexos de acometimento multifocal ou de extensão para a parede lateral ou assoalho pélvico. A precisão do diagnóstico por imagem pode ser influenciada pela experiência do operador e pela localização das lesões.

A avaliação pós-operatória das pacientes com endometriose representa um desafio, sobretudo naquelas com persistência dos sintomas. A realização de USG e RM na mesma data ajuda a diferenciar alterações pós-cirúrgicas cicatriciais de doença residual/recidivante. Ademais, a RM é bastante específica para a detecção de focos hemáticos e a USG se mostra crucial na avaliação dos processos aderenciais devido ao seu caráter dinâmico.

Conclusão: 

A suspeição diagnóstica da endometriose baseia-se na história clínica e no exame ginecológico, porém o diagnóstico deve ser confirmado pelos métodos de imagem, preferencialmente USG e/ou RM. A laparoscopia não é mais definida como “padrão-ouro” para essa finalidade, embora tenha seu papel de contribuição em mulheres sintomáticas com exames de imagem negativos. A avaliação da paciente já submetida ao procedimento cirúrgico é especialmente desafiante e a integração de técnicas de imagem avançadas pode auxiliar a diferenciação entre fibrose e endometriose.

Centro Integrado de Endometriose do Fleury se dedica ao diagnóstico da doença e dá suporte especializado a pacientes e médicos.

O Fleury inaugurou, no ano passado, um Centro Integrado de Endometriose que concentra, na Unidade República do Líbano II, exames diagnósticos e serviços de apoio que funcionam como um complemento ao tratamento clínico ou cirúrgico da condição.

O espaço conta com uma equipe médica altamente capacitada e experiente na investigação da condição por ultrassonografia e ressonância magnética, bem como com equipamentos de última geração, além de equipe técnica treinada e acolhedora para atender essas pacientes, que sofrem mensalmente com dor crônica e, não raro, têm queixas de infertilidade, com grande impacto à sua qualidade de vida.

Protocolos de atendimento disponíveis no local:
➔ Avaliação das adolescentes
➔ Avaliação e acompanhamento nutricional
➔ Avaliação e acompanhamento psicológico
➔ Consulta com especialista em dor
➔ Exames para mapeamento pré e pós-operatório
➔ Fisioterapia pélvica
➔ Tratamento da dor crônica, incluindo acupuntura médica
➔ Check-up avançado
➔ Check-up fertilidade básico
➔ Check-up fertilidade masculina

Para que a paciente possa utilizar quaisquer dessas avaliações ou mesmo ser submetida ao tratamento da dor, basta a apresentação de um pedido médico. Todos os exames e serviços podem ser realizados de forma avulsa ou em pacotes para contemplar diferentes necessidades.


Consultoria médica 

Dra. Ana Paula Carvalhal Moura
ana.moura@grupofleury.com.br

Dr. Aley Talans
aley.talans@grupofleury.com.br 

Dra. Ana Luisa Alencar de Nicola
ana.nicola@grupofleury.com.br 

Dra. Ana Luiza Santos Marques
ana.samarques@grupofleury.com.br 

Dra. Angela H. Motoyama Caiado
angela.caiado@grupofleury.com.br 

Dra. Elisa A. Sathler Bretas
elisa.bretas@grupofleury.com.br 

Dra. Gisele Warmbrand
gisele.warmbrand@grupofleury.com.br 

Dr. Lucas Rios Torres
lucas.torres@grupofleury.com.br 

Dra. Luciana Pardini Chamiè
luciana.chamie@grupofleury.com.br 

Dra. Maria Inês Novis
maria.novis@grupofleury.com.br