Saiba quando usar o teste rápido para o diagnóstico de dengue | Revista Médica Ed. 2 - 2015

Sempre atento à situação epidemiológica atual, o Fleury ampliou seu arsenal para auxiliar o diagnóstico dos casos de suspeita de dengue e passou a realizar o chamado teste rápido para a detecção do antígeno NS1.

 

Microscopia eletrônica de transmissão de partículas do vírus da dengue.
SPL DC/LATINSTOCK


Sempre atento à situação epidemiológica atual, o Fleury ampliou seu arsenal para auxiliar o diagnóstico dos casos de suspeita de dengue e passou a realizar o chamado teste rápido para a detecção do antígeno NS1. Realizado por imunocromatografia, o exame fica pronto em menos de duas horas.


O NS1 é uma glicoproteína altamente conservada que está presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados por vírus da dengue. Dessa forma, pode ser detectado logo após os sintomas terem surgido e, portanto, antes do aparecimento de anticorpos específicos contra o agente infeccioso.


A pesquisa também pode ser feita pela técnica imunoenzimática, que leva até três dias úteis, porém é mais sensível. Independentemente do método utilizado, o pico de sensibilidade dessa dosagem ocorre mesmo no terceiro dia de febre, com declínio progressivo até o quinto dia, sendo geralmente negativa a partir do sétimo dia, quando se inicia a produção de anticorpos e a neutralização do antígeno. Diante disso, quando o NS1 está ausente e a suspeita clínica permanece ou, então, em indivíduos com mais de cinco a sete dias de sintomas, sugere-se a realização da sorologia após o sétimo dia, com pesquisa de IgM.


Vale ponderar que a sensibilidade das duas técnicas para detectar o NS1 é mais baixa para o sorotipo 4 do vírus da dengue (DENV4), que produz quantidades menores desse antígeno, o que deve ser considerado na interpretação de resultados negativos em áreas com intensa circulação de tal sorotipo. Para o Estado de São Paulo, contudo, esse aspecto traz pouco impacto, visto que, até o momento, menos de 10% dos casos são atribuídos ao DENV4. A sensibilidade ainda pode ser inferior nas situações em que o paciente já teve um episódio anterior de dengue, que, embora causado por outro sorotipo do vírus, produz imunidade cruzada parcial capaz de interferir na detecção do NS1 no episódio em curso. 


Ademais, deve-se sempre levar em conta que, em uma situação epidêmica, os dados clínicos e epidemiológicos são preponderantes.


Assessoria Médica
Dra. Carolina S. Lázari
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Dr. Celso Granato
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