A TC permanece como exame inicial para a isquemia hiperaguda, pois diagnostica ou exclui a possibilidade de hemorragia intra-parenquimatosa. Também possibilita avaliar outros diagnósticos diferenciais como tumor, malformação vascular, hematoma subdural e outros.
A sensibilidade não é alta nas fases iniciais, aproximadamente 60% das tomografias computadorizadas são normais neste período (Figura 1).
Figura 1: TC crânio infarto recente no território da ACM. A TC mostra tênue hipoatenuação do parênquima no território de irrigação da ACM direita com prejuízo da diferenciação cortico-subcortical. Note pequeno trombo no interior de um ramo sylviano da ACM (" sinal da artéria densa"). A evolução de 02 dias mostra melhor delimitação da área de infarto com hipoatenuação de todo o território comprometido.
Na fase subaguda, os infartos de vasos grandes são identificados como áreas bem demarcadas de baixa atenuação na substância branca e cinzenta, compatíveis com edema citotóxico no que delimita um território de distribuição vascular. O efeito expansivo aumenta progressivamente e só começa a diminuir após 7 a 10 dias.
A transformação hemorrágica de um infarto isquêmico pode ocorrer em 15 a 20% dos casos, e é vista como focos espontaneamente hiperatenuantes, mais freqüentemente nos núcleos da base e regiões núcleo-capsulares.
Devido à quebra da barreira hematoencefálica principalmente nos vasos que tentam suprir a área com fluxo reduzido habitualmente ocorre realce giral nas fases subagudas do processo, com inicio de 03 a 04 dias. Esse realce pode persistir por até 8 a 10 semanas e não deve ser confundido com outros processos patológicos do encéfalo (Figura 2).
Figura 2: AVC subagudo realce: na fase subaguda dos AVC é freqüente se observar um realce de padrão giriforme na TC e na RM, que não deve ser confundido com MAV. Observe a ausência de artéria nutridora, nidus e veia de drenagem que poderiam assegurar o diagnóstico de MAV.